Realizou-se, no dia 20 de junho, no Plateau, na cidade da Praia, a conferência “Diversidade linguística nas escolas em Cabo Verde: Desafios, Perspetivas e Diálogos”, promovida pela Alta Autoridade para a Imigração em parceria com a Direção Nacional da Educação, o Instituto Universitário de Lisboa – ISCTE, o Instituto Internacional da Língua Portuguesa e a Universidade de Santiago.
A realização da conferência, que visou promover a reflexão sobre os desafios da diversidade linguística relacionado com o contexto migratório e a interculturalidade, em Cabo Verde e Portugal, contou com a presença de representantes de instituições públicas, ONG’s e associações de imigrantes.
A sessão de abertura do evento contou com a presença da Presidente da Alta Autoridade para a Imigração, Dra. Carmem Barros Furtado, e do Diretor Executivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, Dr. João Neves.
A Presidente da AAI, procedeu, ainda, ao lançamento do 3º Caderno Intercultural “Vamos Falar da Imigração em Cabo Verde?” que é um material produzido no âmbito da Campanha a “Diversidade Nos Enriquece: independentemente da nacionalidade, origem ou religião, todos nós contribuímos” e é dirigido, especialmente, à comunidade educativa. Visa informar e sensibilizar a sociedade civil, em particular crianças e jovens, sobre questões relacionadas com a imigração e a diversidade cultural em contexto migratório, aumentando o seu nível de compreensão sobre outras culturas.
A conferência contou com a moderação do Dr. Lourenço Andrade, da Direção Nacional da Educação, e com a presença da Dra. Ana Raquel Matias, professora do ISCTE, e do Dr. Eleutério Afonso, enquanto oradores.
Ana Raquel Matias partilhou dados sobre a diversidade linguística no seio das escolas em Portugal, a relação com o fenómeno da imigração e referiu medidas de política e programas desenvolvidos em Portugal para o ensino do Português como Língua não Materna, abordando os contextos de implementação e os desafios para as escolas e o sistema educativo.
Eleutério Afonso, partindo de uma análise do potencial metalinguístico do ambiente educacional cabo-verdiano à luz da crescente diversidade linguística trazida pelas comunidades imigrantes, maioritariamente africanas, abordou a inclusão linguística das comunidades imigrantes nas escolas em Cabo Verde, enfatizando o potencial de riqueza e oportunidade que os alunos que falam várias línguas (decorrente da sua experiência migratória) podem trazer para as escolas e o sistema educativo.
A elaboração do 3º Caderno Intercultural insere-se no quadro do Projeto Coop4Int, que conta com o apoio financeiro da União Europeia, contratualizado pelo ICMPD, através da Migration Partnership Facility.