No mês dedicado às mulheres, falamos com a Sra. Franceline, uma imigrante empreendedora que reside em Cabo Verde há alguns anos e que partilhou connosco a sua história.
Franceline é natural do Burkina Faso, país onde nasceu e cresceu e, também, onde casou e teve seus filhos. À procura de melhores condições de vida, Franceline e o marido, de nacionalidade cabo-verdiana, decidiram rumar ao Mali, onde trabalhou como chefe de cozinha numa empresa de culinária e seu marido como fotógrafo. A dada altura o marido de Franceline decidiu voltar a Cabo Verde e ela a ele se juntou.
Aprender a língua e ter um trabalho próprio foram as principais dificuldades sentidas pela Franceline aquando da sua chegada em Cabo Verde, como também a obtenção de documentos que considera um pouco difícil para os estrangeiros. Sendo uma mulher resiliente, lutadora e com espírito empreendedor, rapidamente começou a fazer o seu próprio negócio para vender, tirando dali o sustento para a família.
Com a morte do marido, vítima de doença prolongada, Franceline viu-se na obrigação de aumentar a abrangência do seu negócio e, neste sentido, criou um quiosque no Sucupira para vender pratos típicos do continente, para além do conhecido thieboudienne, porém, teve que parar por causa da pandemia do Covid 19.
A pandemia fez Franceline se reinventar, passou a produzir amendoim para vender e, aos poucos, aumentaram as solicitações. Hoje coloca o seu produto em alguns estabelecimentos comerciais da capital.
Apesar das imensas dificuldades e desafios enfrentados, Franceline tem ainda muitos sonhos, almeja criar uma associação em Cabo Verde para apoiar os conterrâneos no seu processo de inclusão em Cabo Verde, como também ter o seu próprio restaurante para vender e divulgar diversas opções gastronómicas do continente.